Entrevista com Gabrielle Garcia do Projeto SuperaCÃO

Sempre tive um amor e carinho enorme por animais. Carrego comigo um propósito de vida baseado na frase “seja a mudança que você quer ver no mundo”. Antes de colocar o projeto em prática, pensei muito em abordar um tema relacionado a conscientização e que incentivasse mudanças na sociedade. Assim, juntei o útil ao agradável. Por que não falar sobre os animais com deficiência e desmistificar algumas opiniões das pessoas sobre o tema? Os animais são seres com sentimentos, e têm direito à vida, amor e cuidado, não devem ser taxados como "enfeites fofinhos e bonitinhos”.

Você possui algum bichinho? Se sim, qual?  

Sim, eu tenho uma gatinha, chamada Taylor – em homenagem à cantora Taylor Swift –.

Você acha que os animais deficientes são mais rejeitados na hora da adoção? 

Infelizmente sim. Uma parte da população escolhe adotar um bichinho baseado unicamente em seus padrões estéticos. Além de optarem pelo caminho “fácil”, no qual não terão que dispor de muito tempo para cuidar do animal e nem de gastos, no entanto, os animais deficientes devem ser bem tratados, pois o carinho, amor e companhia que irão proporcionar são os mesmos dos pets não deficientes. É tudo uma questão de adaptação e criação de rotina.

Qual aspecto das histórias do projeto mais te marcou? 

Definitivamente a história de como cada animalzinho “adquiriu” a deficiência. É chocante ouvir dos tutores como tudo aconteceu e saber o tamanho da crueldade do ser humano.

O cãozinho Sansão recebendo carinho de seu tutor Nathan Foto: Reprodução

Em certa parte do projeto são citadas algumas leis a favor dos direitos dos animais. Quais mudanças você acha que podem ser feitas no Código Penal para que eles sejam ainda mais favorecidos?  

O Código Civil caracteriza os animais como um bem semovente, ou seja, objetos que se movem, e isso precisa ser mudado urgentemente. Felizmente, na aplicação prática, são levadas em conta a Constituição Federal e o Direito Animalista, onde são apresentados diversos pontos que asseguram os direitos dos animais. Outro questão, é a Lei recentemente sancionada pelo governo, que estabelece uma pena maior sobre os crimes de maus-tratos, porém, válida apenas para cães e gatos. 

Por fim, qual mensagem você gostaria de passar para conscientizar às pessoas em relação aos pets deficiente e incentivar sua adoção?

Adotar um animal com deficiência é um dos maiores e mais sinceros atos do amor e companheirismo para com o seu pet. Ele será grato por se sentir amado e demonstrará isso todos os dias. A paciência e dedicação, com certeza serão recompensadoras. Entretanto, antes de adotar, deve-se ter a consciência de todas as condições do animalzinho. É muito importante adotar com responsabilidade.

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